O Páteo Alfacinha foi criado em 1981 por Vitor Seijo, um apaixonado e grande conhecedor da cidade de Lisboa, onde construiu o seu sonho, requalificando um baldio e recuperando uma zona da cidade.
Páteo Alfacinha – O Nome
O exuberante conjunto arquitetónico excede em muito a ideia do Páteo de Lisboa, recinto vedado por casarios pobres. Mais que Páteo, é bairro, é beco, é quelha, é largo, é esquina, é sobretudo mirante, lugar eleito desta cidade miradoira, cidade nascida a olhar a barra, cais da saudade, enseada da história. Mais que Páteo é feira: feira franca da amizade talvez lhe ficasse bem.
Mas é este o nome certo. Páteo no sentido muito íntimo e induzível de coração da casa, lugar oposto à rua, lugar íntimo de vizinhança, calor humano, simplicidade e simpatia. E alfacinha, evidentemente. O termo, para quem o não saiba, é uma espécie de verdejante sinónimo de lisboeta, mas não é apenas isso.
Qualquer que seja a origem do termo (vão lá desvendar-se mistérios desses!) alfacinha exprime um certo estado de alma enternecido e meigo, fala de gente boa, é um murmúrio de «como é bom estar aqui», lembra encostas doiradas ao entardecer, brumas róseas quando o dia nasce.
E é essa a razão do nome, porque é isso que Páteo Alfacinha pretende ser: um espaço aberto, uma penumbra que dê guarida à cordialidade, um tempo de encontro e convivência.
Páteo Alfacinha – A localização
Rua do Guarda-Jóias é por si mesma uma carta de recomendação. Era ali que ele morava, o empregado do paço, cuja fidelidade era a própria razão de ser da profissão.
Dele fiavam reis e rainhas à guarda dos tesouros da coroa, os emblemas da realeza, diademas, cetros, colares, cofres com pedrarias cintilantes. O guarda jóias morava aqui e, desaparecida a função, ficou o nome do lugar.
E eis mais um nome possível para esta casa: o cofre do guarda-jóias. Porque são realmente jóias o que neste lugar que se pretende guardar: as jóias da fidelidade, lealdade, camaradagem límpida, sabor castiço, amizade que perdura, convivência que se recorda, chamas de sentimentos humanos que no nosso tempo inquieto conferem sentido à vida.
Para guardar tais tesouros, que lugar melhor que a rua do Guarda Jóias? Lugar difícil? Pelo contrário. Se sair do Terreiro do Paço e tudo a direito - Cais do Sodré, Santos, Alcântara, até chegar a Belém. Aí corta à mão direita e sobe a calçada da Ajuda até bem perto do palácio. Toma a Travessa das Florindas e está na Rua do Guarda-Jóias.
Não precisa perguntar; a silhueta inconfundível do Páteo Alfacinha aí está diante dos seus olhos. A casa é sua. Queira entrar.
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